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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Crescimento da indústria automotiva global virá de Brasil, Rússia

O mundo de olho no Bric
André Barros
Nos próximos cinco anos 47% do crescimento da indústria automotiva global virá de Brasil, Rússia, China e Índia, o bloco Bric. Segundo Ray Young, vice-presidente das operações internacionais da General Motors, que fincou suas bases na China, o mercado chinês crescerá 58% no período e os outros três países terão seus mercados 70% inflados.
Os países emergentes, em especial Brasil, China e Índia, foram assunto no segundo dia do 19º

Congresso SAE Brasil. Young falou do impressionante mercado chinês, onde a General Motors lidera com 13% das vendas numa briga acirrada com 76 fabricantes globais e locais, números que não são oficiais. “Pode chegar a 130.” A China consome duas vezes mais aço do que a União Europeia, Estados Unidos e Japão somados, grande parte pela indústria automobilística, que precisa atender o maior mercado do mundo. O país possui hoje o segundo maior mercado de luxo do mundo e terá, até 2025, dez megacidades do tamanho de São Paulo. Há espaço para muito crescimento em veículos, segundo Young. Ravindra Dayal, presidente da SAE Índia, falou do enorme potencial de crescimento do mercado indiano, cujas projeções para 2010 estão na casa das 2,3 milhões de unidades – o sétimo maior mercado do mundo. “Na Índia existem treze carros para cada cem pessoas, média muito inferior à de

mercados maduros e abaixo também dos outros emergentes”.

Antevendo este potencial, a Volkswagen cravou seus pés na Índia e ergueu uma moderna fábrica na cidade de Pune, com capacidade para produzir 1,1 milhão de unidades por ano em dois turnos. A

planta, que serve de modelo para o grupo, foi inaugurada em março do ano passado e é peça fundamental na estratégia da companhia de alcançar 20% de fatia de mercado, segundo Jörg Müller,

presidente da VW Índia.
A companhia trabalha com as marcas Skoda, Volkswagen e Audi no mercado indiano, com mais força

na primeira. “Nosso trabalho é ampliar a presença da marca VW. Em 2007 tínhamos apenas uma concessionária, agora temos 57 e devemos fechar o ano com 70. Da Skoda temos uma rede de 69

lojas.” Segundo Andrew Brown Jr., presidente da SAE International e diretor-chefe de tecnologia da Delphi, as montadoras seguirão com investimentos nos países do Bric, embora não os vejam mais como uma fonte produtora de baixo custo. “Os custos nesses países estão e seguirão subindo. A visão agora é  mercados com forte crescimento.” Para Brown Jr. a solução-chave para equalizar esses custos é a inovação. “Por isso a importância de nós, engenheiros membros da SAE e especialistas em inovação. Temos que trazer boas ideias e torná-las aplicáveis, em especial nas três megatendências da indústria: segurança, meio ambiente e

conectividade.” Veículos comerciais – O Bric também tem papel de destaque no futuro de veículos comerciais. Para Jürgen Ziegler, presidente da Mercedes-Benz do Brasil, o mercado brasileiro, em especial, tem enorme potencial de crescimento em função dos eventos como Jogos Olímpicos e Copa do Mundo.Segundo ele, nos próximos anos haverá aumento na disputa de marcas no mercado de veículos comerciais. “Uma nova onda de consolidações está por vir.”

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